quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pablo Neruda

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,


quem não ouve música,

quem não encontra graça em si mesmo.



Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,

quem não se deixa ajudar,

morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,

repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,

não se arrisca a vestir uma nova cor

ou não conversa com quem não conhece.



Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.



Morre lentamente quem evita uma paixão,

quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,

justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.



Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,

quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,

quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.



Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...

Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,

não pergunta sobre um assunto que desconhece

ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"

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